Duzentos desaparecidos, o sinal de alerta não funcionou, tragedia anunciada, busca intensa de lucro , bônus generosos de recompensas para os dirigentes.
Essa tragedia merece reflexão para que não se repita. No momento em que o Presidente anuncia em Davos que o Brasil é campeão em preservação ambiental, ocorre esse desastre. Foi acidente ou foi provocado ?
Se não foi um atentado, então tem que ser apurada as responsabilidades.
Eu fui conselheiro fiscal por três anos da Vale, de 2005 a 2007. A auditoria interna, na época, revelou vulnerabilidades em barragens. O Conselho Fiscal exigiu rigorosas providências.
Quando no ano de 2017 foi debatido no Conselho Deliberativo da Previ o desastre de Mariana eu levantei questão dasvulnerabilidades observadas na minha época na Vale. Gueitiro e Marcel , conselheiros de administração daVale, argumentaram que a Vale havia adotado um sistema moderno e infalível nessa questão. Os sistemas precários do meu tempo estavam superadas com novas técnicas que davam total segurança.
Pelo que se viu não era infalível.
Vou aguardar o desenrolar das investigações.
Mas para mim fica a lição de que a irresponsabilidade não pode prosperar.
Certamente será um ponto negativo na Bolsa de Valores. Vai afetar o desempenho da Previ.
Eu não tenho ações da Vale. Vendi todas. E após a tragedia de Mariana me recuso a comprar ações da Vale.
A vida humana merece respeito. Minha total solidariedade às vítimas. Ainda bem que estou de consciência tranquila.
Em MG se pergunta, qual será a próxima a romper.
Até hoje os responsáveis pela tragedia de Mariana estão impunes. Os da boate de Santa Mari, que incendiou, também estão livres. Até quando ?