METAS PARA O ANO NOVO - PESSOAS

Sobre o superavit peço que leiam  os comentários que fiz em minhas duas últimas postagens em resposta a alguns questionamentos. Sobre o silêncio da Previ a respeito da data também acho injustificável mas essa comunicação defeituosa e displicente vem desde bastante tempo em noso fundo de pensão e piorou desde que o Flores assumiu. Falam em mudança de governo federal, mas o Mantega ficou. Falam que o segundo escalão ainda não foi anunciado nem confirmado. Falam que o superavit está empacado por causa disso no Ministério da Fazenda. O que sei é que fontes altas, dois conselheiros e um diretor da Previ me anunciaram com certeza de que o crédito sairia - vejam bem - ainda antes do Natal, dia 23, e de que os funcionários da Previ haviam se esforçado para fazer a folha suplementar. Anunciei o milagre e surpreendentemente ele não saiu. Predominou a opinião dos insensíveis, dos burocratas e dos gananciosos. Fazer o quê ? Agora me assopram novas datas e eu não me animo a anunciar. Uma coisa é revelar informação e outra é fazer previsão. Eu achei que só sairia em janeiro por várias razões. Vai sair ? Quando ? Só quando tiver certeza vou avisar porque senão ficam me enchendo o saco, que alimento esperanças vãs, que faço previsões erradas, etc. Mas duvido que o crédito deixe de ser feito.  Haveria uma verdadeira revolução. Um ponto positivo a favor foi que a bolsa reagiu no final e teve 1% de acréscimo no ano,  de maneira que não haverá deficit técnico nominal.

Mudando de assunto, vou continuar falando das metas para o ano novo. Elas são minhas e do blog, porque ambos se confundem, se interligam, já que é um blog pessoal, como tenho repetido, não é de associação e nem de grupos. Assim as metas que traço para o blog são minhas também. Já falei em paz, com o objetivo de união. Já falei em vida, com o objetivo de saúde. Agora vou falar de valorizar as pessoas, em vez do material, como objetivo social.

E´ importante que valorizemos as pessoas - não que o material seja descartável nem irrelevante nos dias de hoje - mas é que as pessoas devem. estar acima do material. No caso do acidente com a minha esposa, claro que fiquei um pouco chateado com os danos no meu carro, vou ter que pagar a franquia certamente, mas fiquei feliz porque não houveram danos pessoais.

Devemos ter um enfoque maior nas pessoas, especialmente aquelas que nos rodeiam. Nossa família - há quanto  tempo não falamos uma palavra de carinho ou de elogio para eles ? Nossos amigos, nossos colegas, nossos vizinhos - será que só os cumprimentamos no elevador ? Aos necessitados e aos carentes também faz parte de nossa obrigação social

Acabei de ler o livro AGASSI, a autobiografia do grande tenista Agassi, que recomendo. No introito ele reproduz esse pensamento do pintor Vincent Van Gogh:

"Você sabe o que nos liberta de nosso confinamento, das paredes que construimos em torno de nós ? E´ o afeto realmente profundo. Ser amigo, ser irmão, amar, é isso que abre as portas da prisão, por meio de um poder supremo, de uma espécie de força mágica".

Bonito, não é ?  Será tão difícil pronunciar a palavra amar ? Repitam, por favor, comigo: EU AMO minha família, meus amigos, meu próximo.  Vamos procurar neste ano novo valorizar mais as pessoas, ser mais simpático com elas.

Ano pasado estive no Hawai e adorei o jeito de ser deles. ALOHA é a saudação tradicional e significa bem mais do que um simples olá. Perguntam seguido: Voce está feliz ?  Então, por que não sorri ?

Vamos também procurar acreditar mais nas pessoas, até fingir que não sabemos de suas intenções maliciosas. Me engana que eu gosto, não, não é isso. Mas relevar pequenas faltas faz parte do processo de convivência cristã e democrática.

Tive uma experiencia maravilhosa em Uruguaiana, que me recordei ao falar de VIDA na postagem de ontem, que reflete meu sentimento com as pessoas. Eu era presidente duma empresa chamada SOMAR que fazia a alfabetização de adultos pelo rádio. Isso em 1961. Já tinha ingressado no banco e fazia desse mister a minha contribuição comunitária. Final do ano formávamos cerca de trezentas pessoas que aprendiam a ler e escrever, felizes, uma cerimônia emocionante, indescritível. Eu entregava os diplomas e as vezes chorava de emoção. Passam os anos, década de 1990, vou a Uruguaiana fazer uma transação imobiliária, vendi minha casa , adqurida com empréstimo da PREVI. A tabeliã trata dos papéis, lê a escritura, etc, etc. No final, pergunto para ela quanto eram as custas e os seus honorários. O senhor não me deve nada, ela respondeu. Eu que sou sua devedora. Surpreendido, perguntei-lhe: Mas como ? AH ! O senhor não se lembra doutor ! Eram tantas as formandas ! Ali na parede está o diploma que o senhor me entregou. Eu era analfabeta. Despertei , fiz os cursos e virei tabeliã. O senhor não me deve nada, MAS EU LHE DEVO A MINHA VIDA ! Fiquei pasmo. Ali na minha frente estava uma maravilhosa transformação social, uma evolução pessoal esplêndida, que eu ajudara a acontecer. Choramos juntos.
Esse episódio sempre me emociona e norteia meus melhores propósitos em direção da valorização da pessoa humana. Vou me esforçar em 2011 para melhorar minhas relações com as pessoas que me rodeiam e as mais distantes, principalmente agora, que, como diz Roberto Carlos, graças ao blog, tenho um milhão de amigos, que são vocês. Permitam que eu diga que os amo !