Ainda teria algumas observações e comentários a respeito da cerimonia da posse na Previ, como a presença ostensiva de cinco seguranças gigantescos na frente do palco, na hora dos cumprimentos, -receio de quê, que eu fizesse outra peripécia ? a ausência total da mídia - mas acho que se tornaram despiciendas, face à voragem do tempo que nos atropela com suas cobranças, algumas inadiáveis, como, por exemplo, o ES.
Após a ressaca da rápida comemoração, chegou ainda mais rapidamente a hora de começar a trabalhar. O chamado DAY PREVI. Uma exposição das seis diretorias executivas da PREVI para colocar os novos dirigentes e conselheiros a par do funcionamento operacional e administrativo do fundo.
sede da Previ no Rio
Começou às 9,30 horas e terminou às 16,30 horas, com rápido intervalo para o almoço, que substituimos por sanduiches porque precisávamos reunir os componentes da chapa para discutir algumas ações mais imediatas. Tivemos a oportunidade de fazer perguntas e colocar algumas posições nossas divergentes. O clima pesado da posse estava bem mais aliviado e considerei bastante produtivo o evento. Várias questões relevantes foram levantadas e debatidas. Nosso pessoal teve boa participação e estava muito atento. A foto retrata justamente esse clima de trabalho e durante as palestras.
Cecilia, Décio e Medeiros na Previ
Os assuntos mais polêmicos foram, naturalmente, a suspensão do Bet, a volta das contribuições, o teto dos benefícios, os conselhos de empresas participadas, o empréstimo simples, a comunicação, a transparência, e muita coisa mais. A decisão a respeito terá que ser no forum adequado, especialmente nas reuniões da diretoria, que acontecem todas as terças feiras, ou na do conselho deliberativo que ocorre uma vez, no final de cada mes, conforme a alçada.
De minha parte, preciso relatar que, além da disposição para enfrentar a missão que os eleitores me concederam e corresponder à confiança em mim depositada, estava enfrentando outro desafio de ordem emocional. Estava de volta à Previ, por via de eleição, depois de oito anos, quando se encerrou meu mandato de conselheiro fiscal, que foi de 2002 a 2006. Lógico que estava emocionado.
O prédio era o mesmo. As dependências eram as mesmas, no quarto andar. Foi com um arrepio que passei pela portaria e com um aperto no coração que me apresentei na recepção. E´ necessário lembrar que estivera na frente desse prédio da Previ protestando acerca do superávit em janeiro de 2008, quando realizei o peladaço com cerca de trinta colegas, chamados então de herois do Mourisco. Depois participei como um dos líderes da novembrada, no ano passado. Em ambas as situações fui recebido com evidente constrangimento. E agora estava lá entrando pela porta da frente. Mexeu fundo comigo, principalmente porque essa idéia estava longe dos meus planos e dos meus sonhos. Mas quem sabe das voltas que a vida dá ?
Minha emoção maior foi com o abraço caloroso e sincero do Baiano, quando me viu na sala do conselho deliberativo onde serve o cafezinho, com sua proverbial simpatia e eficiencia. O mesmo
Baiano de oito anos atrás. Lágrimas nos olhos dos dois. Amizade renovada.
Fui muito bem recebido por vários funcionários da minha época que ainda permanecem na Previ. E tive uma boa impressão do novo diretor de investimentos da Previ, uma boa sinergia com a área é necessária, por eu ser reconhecidamente um pé quente.
Desculpem se extravaso aqui um pouco de sentimentalismo, mas esse sou eu. E por isso luto pelas pessoas, jamais pelas coisas materiais. Daí que concordo com o aguerrido Bezerra de que somos os donos da Previ, jamais assistidos, e enfatizo aqui o conselho que dei ao simpático Valim, seguidor do blog, de que o amor frequente, além de preservar, constroi.
E´ com esse espírito, sempre sonhador e otimista, que iniciei o meu trabalho na Previ. Que Deus me ajude nessa maiúscula missão !
Vamos que vamos.