GENUÍNO MADRUGA, O NAVEGADOR AÇORIANO QUE DEU A VOLTA AO MUNDO À VELA ( 6 )

Via jar não é apenas conhecer paises e locais. Também é conhecer pessoas. Descobrir gente

Essa reflexão vem em virtude da viagem que fiz recentemente à Europa e das pessoas que nela tive oportunidade de encontrar e conviver.

Uma delas foi marcante.  O navegador português Genuíno Madruga, nascido na ilha do Pico, mas vivendo em Horta atualmente.  Ele fez a circum-navegação mundial em vela, solitário, navegando do Atlântico para o Pacífico, passando pelo arriscado cabo Horn, no sul do continente americano. Foi o décimo velejador do mundo a fazer tal façanha e o primeiro português, lançando bem alto a fama dos Açores.

Nessa viagem, Genuíno esteve no Brasil, no Maranhão, em Fernando de Noronha, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul. 

Registrou a viagem em um formidável livro, com o título "O Mundo que eu vi", que pretende lançar em Porto Alegre este ano na feira do Livro, em outubro.

Trata-se de um homem com coragem, acima de tudo, e com conhecimento náutico, para tal empreendimento.  Uma pessoa que aprecia aventuras e que demonstra as raizes daqueles navegadores que não tiveram medo de enfrentar o mar bravio para conquistar os continentes em cima de caravelas que eram, na verdade, umas casquinhas de noz, na expressão de conhecido historiador.

Navegadores valentes que enfrentaram " mares nunca dantes navegados", como cantava Camões nos Lusíadas.

Genuíno Madruga era viúvo e conheceu Beatriz  Pereira no Brasil, casando com ela e levando-a, com a pequenina Carolina, sua filha, para morar em Horta, onde já se encontram há mais de seis anos.

Seu veleiro é o Hemingway, adquirido nos Estados Unidos, que Ana e eu tivemos a oportunidade de visitar na marina de Horta, no qual ele enfrentou ondas de mais de seis  metros, ventos  de 110 quilômetros, na costa do Chile, fazendo-o enjoar no mar pela primeira vez na vida, e retornou  com o veleiro em precárias condições à Horta, vitoriosamente.  Um feito para ficar na História dos Açores.  Uma façanha de herói e de um bravo.

Genuíno nos acompanhou em nossa visita a Horta. Jantamos e almoçamos juntos. Bebemos o famoso vinho do Pico. Contou-me alguns episódios de sua viagem épica e terminou nos brindando com seu livro, no qual inseriu uma carinhosa dedicatória com referencia ao nosso aniversário de casamento, o que nos deixou, a mim e a Ana, bastante emocionados.

Conviver esses momentos com Beatriz e Genuíno, acompanhados da linda e querida Carolina, foi uma emoção e uma bênção muito especial que tivemos em nossa passagem por Horta.

Certamente, ele transmite uma energia muito forte e muito especial.  E´ homem com H maísculo. Um produto GENUÍNO dos AÇORES.