A CRISE EUROPEIA, A BOLSA, A PREVI E NÓS

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Em minha viagem à Europa, que inicia na próxima semana por Portugal, se estendendo por Espanha e França. pretendo avaliar pessoalmente a tão falada crise econômica europeia, que está derrubando a nossa bolsa após a vitória socialista nas eleições da França. a balburdia na Grecia (estrangeiros fora), o desemprego na Espanha, a aflição da Alemanha com as medidas a serem tomadas.

Estive em Portugal em 1998, por ocasião da Feira Mundial, e em 2005 para participar de um seminário de fundos de pensão.

Nessas ocasiões algumas pessoas já falavam da crise que estaria por advir e eram considerados pessimistas.


Na Feira Mundial realizada em Lisboa, belíssima, por sinal, Portugal brindou os visitantes com um parque grandioso, onde se destacava um oceanário enorme e repleto dos mais variados peixes.  Era considerado o maior e o melhor do mundo.  Os portugueses se perguntavam como as despesas com o parque e o oceanário seriam pagas. De onde sairia o dinheiro ?

No Seminário de 2005 alguns palestrantes mencionaram que as obras em realização no país eram para transformar Portugal em primeiro mundo, colocá-lo no mercado comum europeu em posição de igualdade com os demais.  Investiu-se em estradas, em ferrovias, em pontes, em aeroportos, em saneamento, mudou-se a fisionomia física de Portugal. Tudo passou a ser do primeiro mundo. E os economistas relataram que a economia de Portugal não tinha produto para pagar os financiamentos que estavam sendo contraidos para a realização das obras. Em certa altura, um palestrante colocou a seguinte questão: Desse jeito onde iremos parar ?


Procurou-se uma fórmula arcaica de cortar despesas, austeridade nas contas, gastar apenas com o essencial.  Mas essa fórmula gera desemprego, descontentamentos, discórdias, não ganha eleições.

Agora se fala que será implantado um novo plano, que contemple também o crescimento, liderado pela chanceler alemã e pela monarca inglesa.

A nossa bolsa caiu naturalmente do patamar de 67.000 para 59.000 pontos.  Conforme anunciei no blog eu vendi nos 65.000 pois era o meu ponto de venda. E não aconselhei novas compras no patamar em que a bolsa se encontrava no sobe e desce. O meu novo ponto de compra estava estabelecido em 60.000, mas agora que chegou nele decidi baixar para 58.000, que está sob avaliação, podendo chegar a 55.000, que, para mim,´seria o fundo do poço da crise atual.

A situação mundial e a da bolsa se reflete naturalmente na Previ, cujo presidente e diretores estavam exultantes com os ganhos de 20% do primeiro trimestre de 2012.  E agora ?  O que acham ?  E´ uma situação conjuntural ou estrutural ? Nesse período, de março a hoje, a previ perdeu bilhões, talvez 20 bilhões, o que daria para resolver muitos assuntos pendentes do fundo, como a renda certa,por exemplo.  Dormiram no ponto mais uma vez e a justificativa é de que a Previ é um paquiderme e está refém do mercado, o que não me satisfaz.

A crise europeia também se reflete em nós, meros assistidos do fundo de pensão que dependemos de bons resultados da renda variável para continuar desfrutando do BET. 

Não vi em nenhum lugar qualquer diretor da PREVI falando na possibilidade de baixa na bolsa este ano, como agora aconteceu, muito pelo contrário.

Vou lá na Europa olhar a coisa de perto. Como fiz em 2008, 2009 e 2010 indo nos EEUU. Meu filho neste momento está na Alemanha, no centro das decisões. Gosto de checar minhas fontes diretamente e analisar as raizes dos problemas de perto, jamais pela mídia. E falaram que eu ia ficar sem assunto e motivação ao me afastar voluntariamente das nossas fileiras de combate aos desmandos do BB...Ao contrário do comentário de um colega na postagem anterior, estou muito longe ainda das ilusões da vida. Acredito nela e em tudo que a gente faz para sair da zona de conforto para tentar confronta-la e aproveita-la ao máximo quando ela nos proporciona as oportunidades, para depois não ficar me lamentando como o fez o colunista Paulo Sant'Ana hoje na Zero Hora.

Depois eu conto;

3 comentários:

Marylu Braga disse...

Não consegui assistir ao programa da Anabb. Alguém conseguiu? O vídeo não rodou.

Anônimo disse...

Até que enfim, Dr. Medeiros, alguém fala do que está acontecendo agora na Economia do Mundo e nas finanças da PREVI!Gostaria que também se falasse do que representa para o BRASILEIRO e para a PREVI a redução da taxa de juros brasileira! Juros baixos são ótimos para investimento. São péssimos para poupança. Ótimos para empréstimos. Péssimos para a poupança. Ótimos para negócios e consumo. Péssimos para a poupança. Ótimos para a inflação. Péssimos para a renda do trabalhador. In medio virtus. O primeiro atingido pelo juro baixo é quem vive de renda. Tudo tem medida. Tudo se faz BOM, quando se situa nas circunstâncias que o favorecem. SOBREVIVE AQUELE QUE MELHOR SE AJUSTA ÀS CIRCUNSTÂNCIAS.A VIDA É SOLIDARIEDADE, afirma DARWIN!Leia-se o artigo de hoje de Paul Krugman.
Edgardo Amorim Rego

Anônimo disse...

Acompanhei todo o debate na ANABB, sem problemas, apesar do elevado grau de minha surdez. Claro que coloquei o altofalante de meu computador no maior grau de intensidade. Gostei do debate. Deu para saber quem é quem nesse negócio de candidatura para a PREVI. Claro que não deu para saber quem é quem na VIDA REAL! Duas coisas me pareceram patentes: o marketing político, ilusório e sem conhecimento, usual nas campanhas pelo PODER POLÍTICO DO ESTADO, já contaminou a campanha pelo PODER ADMINISTRATIVO DA PREVI e da CASSI; esse tipo de sistema eletivo é DESAGREGADOR, é ANTI-SOCIAL e CONSCIENTEMENTE HIPÓCRITA, DESLEAL. Não existirá outro CARACTERISTICAMENTE SOLIDÁRIO E LEAL?
Edgardo Amorim Rego