MACHU PICCHU E O ORÁCULO DE PACHACÁMAC

terça-feira, 31 de maio de 2011

Às vezes os sonhos se realizam. Eu sonhava em visitar Machu Picchu, mas tinha medo da altitude de Cusco.  Passava quase que diariamente pela vitrine da loja da TAM em Porto Alegre, nos Moinhos, onde estava estampada uma enorme foto de Machu Picchu e dizia para mim que um dia ainda iria lá.  Ontem passei pela vitrine e falei: O sonho se realizou, eu estive aí.

Tem vários medos que nos acometem na vida e que nos deixam sem dormir. Mais tarde verificamos que sofremos inutilmente.  Outros exigem que tomemos as medidas necessárias para prevenir ou para remediar, COMO É O CASO DO PROTESTO JUDICIAL.  A sabedoria está em escolher os caminhos.

Todas as minhas viagens tem sempre um objetivo especial.  Procuro focar em alguma coisa que me desperta o interesse.  No caso do Peru, país de muitos atrativos, minha atenção estava voltada para o mistério e a energia de Machu Picchu e para a história do oráculo de Pachacamac, nos arredores de Lima.

Machu Picchu se alcança de trem a partir de Cusco, cidade situada a 3.400 metros de altitude, que significa em idioma indígena o "umbigo do mundo".  Cusco é uma relíquia arquitetônica colonial.  Merece ser visitada e curtida.

Para ir a Machu Picchu preferi dormir num hotel pousada situado no Vale Sagrado dos Incas, às margens do rio Urubamba, maneira mais confortável de pegar o excelente trem Vistadome, com teto solar, que de lá leva apenas uma hora e meia de viagem no meio da cordilheira dos Andes, um panorama magnífico, com picos nevados de mais de cinco mil metros de altura.

Chega-se à localidade de Machu Picchu Pueblo ou , mais conhecida, como Aguas Calientes, onde fiquei hospedado por uma noite.  De lá se parte para escalar Machu Picchu através de micro-ônibus que sobem cerca de quinhentos metros em estrada de terra, cheia de voltas, no meio de exuberante floresta tropical. Alcança-se a altitude total de 2.600 metros, portanto menos elevada do que Cusco.

De repente, ali na nossa frente está Machu Picchu, a misteriosa, enigmática e bela cidade perdida dos incas, intocada pelos espanhois, descoberta apenas no princípio do século pelo ingles Hiran Binghan.

Impossível descrever o impacto visual.  Cada um sentirá de uma maneira diferente e pessoal. O que mais me chamou a atenção foi a forma com que os incas projetaram a cidade em harmonia com o ambiente que a cercava. Parece que os lugares e os terraços fazem parte do cenário majestoso e conseguem fazer com que as pessoas sintam a grandiosidade da natureza. Ali é como uma catedral da natureza. Dá vontade de rezar e de chorar de emoção.

Meu interesse era com a energia. Fui atrás dos dois pontos considerados energéticos. Um era a pedra chamada de Intihuatana, popularmente chamada de pedra de amarrar o sol, uma espécie de relógio do sol ou calendário astrônômico, ou, ainda, uma pedra cerimonial.  Existiam várias semelhantes em outros lugares do Peru, mas todas foram destruidas pelos padres católicos porque eram consideradas símbolos pagãos. Só tinha sobrado a de Machu Picchu, que foi machucada por uma grua cinematográfica quando se tentava realizar uma propaganda de uma cerveja. Mas foi restaurada.

Senti energia nela. A energia fluía com abundância. Entrava pela mão direita, percorria todo o meu corpo, e saía pela mão esquerda. Uma experiência emocionante. Pena que tinham outras pessoas perto. E´ algo que se curte individualmente.

Depois fui até a rocha sagrada, uma pedra que reproduz o formato das tres montanhas que emolduram Machu Picchu. Outros acham que reproduz a figura de um porquinho da india, o CUÍ, que é um dos principais alimentos andinos.  Toquei na rocha mas, sou obrigado a confessar, não senti nada. Talvez porque tinha muita gente ali, alguns brasileiros fazendo algazarra e pouco caso, outros querendo se mostrar.

Finalmente, depois de percorrer todos os principais lugares, me quedei próximo ao templo do sol, um semi circulo perfeito e extraordinário de pedras, onde em junho, no solstício de inverno, quando se celebra a festa do INTI (sol), o astro rei penetra as sete horas por uma das janelas e lança sua sombra exatamente sobre a pedra situada no centro.

Deitei-me em um dos magníficos terraços de grama, que parecem se lançar abruptamente sobre o precípício abaixo, mas dão a sensação da gente estar flutuando no espaço, coloquei um fone de ouvido e escutei a ave maria, música celestial, também tocada em cavaquinho pelo nosso Jorge Aragão.

E ali fiquei por duas horas sublimes, irmanado com a natureza que me cercava, agradecido pela realização de um sonho, meditando e orando.

Como disse, recarreguei as baterias. Estava, infelizmente, na hora de voltar para baixo. Os incas dividiam o seu mundo em tres partes e assim construiram a sua cruz. O mundo de cima era o superior, o mundo do condor. O do meio era o nosso, o das batalhas, o da sobrevivencia, o mundo do puma. O de baixo era o subterrâneo, o inferior, o das vilanias, das corrupções, era o mundo da serpente.  Os sacerdotes destruiram a parte de cima da cruz dos incas também com receio de heresias, de maneira que a cruz ficou reduzida a tres degraus. Mesmo assim ali estavam retratados os tres mundos.

O texto ficou longo.  Portanto, para amanhã fica a última parte relativa ao oráculo de Pachácamac. Não temos pressa, a reunião da FAABB não tem data marcada. A do dia tres já era.  Da mesma forma, o diretor Vitor Paulo da Previ desmarcou sua vinda a Porto Alegre, sine die.  O mes de maio não foi de sombras, mas de escuridão profunda.  Que coisa !

DELENDA CARTHAGO - O MES DE MAIO NÃO FOI DE SOMBRAS, MAS DE ESCURIDÃO PROFUNDA. - PROTESTEM - AINDA HÁ TEMPO.

8 comentários:

Anônimo disse...

Oi Medeiros,

Grato por compartilhar a sua experiência turística. Parabéns pela realização do sonho. Siga aproveitando a vida, todos merecem!
Grande abraço. Miike

Anônimo disse...

Dr. Medeiros,

Parabéns pelo relato. Macchu Picchu é tudo isso. Merece mesmo uma visita. Estive lá e adorei.

Anônimo disse...

Caro Medeiros,

Espero que tenhas aproveitado a viagem e refeito tuas energias. Vamos precisar muito delas daqui pra frente. O negócio tá feio. Querem altos salários e altos benefícios. Tudo a nossa custa. E não se fala mais em realinhamento.

Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Voce captou bem a magia do lugar e soube transmitir para nós. Parabéns pelo aniversário.
Agora é hora de trabalhar.

Anônimo disse...

Parabéns pelo aniversário e muito obrigado por compartilhar conosco esta maravilha que é Machu Pichu. Um dia ainda irei lá, para poder dizer a mesma coisa: "O sonho se realizou".

Anônimo disse...

Prezado Medeiros,

Parabéns pelo aniversário! Parabéns pela excelente descrição das belezas de Machu Pichu!

Não fora a minha idade, 83 anos, eu até me animaria a visitar o Perú para conhecer tão importante edificação da sabedoria Inca.

Grande abraço do
Valentim/Joinville

paris disse...

Zé e Ana: Beleza de viagem!!! E que maravilha poder desfrutar de tudo isso com saúde e muito afeto. Parabéns pelos aniversários, o teu e o de casamento. Que possam sempre festejar muito bem todas as datas. Lindo poder compartilhar a viagem, adorei! As fotos estão lindas e a descrição que fazes, excelente. Grande abraço