SESSENTA ANOS DE BANCO DO BRASIL ( 60 )

terça-feira, 14 de março de 2017

Assumi no Banco do Brasil, em Uruguaiana, no dia 10 de abril de 1957, como auxiliar de escriturário, após passar em concorrido concurso público. Portanto, no dia 10 de abril do corrente ano de 2017, estarei fazendo sessenta anos de minha admissão.


Jamais poderia imaginar naquele dia, eu nos meus dezoito anos de idade, cheio de sonhos e de esperanças, que, decorridos sessenta anos, continuaria servindo ativamente a instituição Banco do Brasil na condição de conselheiro deliberativo de seu fundo de pensão, a poderosa Previ.

Quando conto nos Congressos e reuniões que, 60 anos depois, continuo em atividade servindo na Previ em defesa dos direitos e interesses dos participantes do fundo, quase ninguém acredita. Os estrangeiros louvam esse fato como uma prova da perenidade da instituição, ter em seu quadro diretivo quem  participou e presenciou sessenta anos da vida do banco e seu conglomerado, pela experiência e pelo conhecimento que possui e pela contribuição que pode trazer. É raro, quase inédito, dizem.

Quando ficam sabendo de que eu tenho trinta anos de serviço efetivo e vou fazer em novembro deste ano trinta anos de aposentado, o espanto e a admiração aumentam sobremaneira.

Os cheques andam em desuso ultimamente. Mas quando eu uso um cheque meu e lá está estampada a data do início de minha conta corrente, 1957, a pessoa que recebe o cheque não deixa de largar um OH de espanto, Oh, meu Deus !  Não é uma surpresa pela minha velhice, mas uma admiração pelo tempo de fidelidade, que algumas empresas valorizam ainda  e que no BB de antigamente tinha muito valor.

Me perguntam se vou ser lembrado ou homenageado pela data. Se vou ser entrevistado ou coisa que valha.Ou se vou festejar os sessenta anos de meu ingresso no BB. Se estou feliz ou arrependido.  Não sei. Realmente não sei. As coisas hoje andam confusas. O BB mudou, mudou muito. A Cassi e a Previ também mudaram.

O meu destino é ditado por circunstâncias sentimentais e por acontecimentos eventuais. Quando penso em parar de vez, me acomodar, me retirar do batente, algo me provoca, mexe com meus brios e me faz desistir de pendurar as chuteiras. Volto à luta. A favor do funcionalismo, da alma da instituição.

Pensei agora em chamar o Glicério Midon, que está com 88 anos, viúvo, mora em Porto Alegre, para almoçar comigo no dia 10 de abril.. Foi ele que me recebeu na agência de Uruguaiana em meu primeiro dia e assinou minha carteira de trabalho. Mas tenho receio da emoção. A última vez que nos encontramos, no ano passado,  o Midon chorou relembrando os velhos tempos.

Nós éramos apaixonados pelo BB. Sessenta anos passaram. Parece que foi ontem que eu ingressei. O tempo voa. Relembro e homenageio aqui todos os colegas que já se foram. Aldo Ibaños, Walter Ennes, Setimio Mandarino, Emilio Jacques, Gabriel Bermudez, Wanderley Ciocca, Edalmiro Carvalho e tantos outros.

Sessenta anos de BB ! Ufa ! Haja Saúde !  Avante ! Não vou mais parar. Tenho missão a cumprir . Não gosto quando pisam  no meu poncho. Tchê, barbaridade ! Volto ao combate pelos participantes, pelos colegas, pelas pensionistas queridas, pelo funcionalismo do BB. Sem medo de ser feliz. Sempre com a alegria de ser um eterno aprendiz. Vamos que vamos !

13 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Medeiros,
Estao querendo jogar a imagem do BB na sarjeta...Quem diria, né...? E seria tao facil revitalizá-lo para voltar a ser o maior banco do Brasil.É só querer...

Anônimo disse...

Caro Doutor José Bernardo de Medeiros Neto,

PARABÉNS PELA JORNADA FEITA COM PROFICUIDADE,
E QUE SINTO SEGUE COM INTENSIDADE.

Já pisando no seu poncho:

Como o Doutor está reagindo quanto à cobrança pela Previ de Cesta Alimentação paga com autorização judicial aos de boa fé?
Como devem proceder os advogados que incentivaram os de boa fé a ingressar com aquela ação?

Abraço de alguém com 51 anos de BB, decepcionado com o atual banco do brasil (letra minúscula com proposito), mas marcado indelevelmente por aquele verdadeiro BANCO DO BRASIL S/A.

Quanto a ser chamado para homenagens, decline e lembre-se que ultimamente só tem recebido homenagens aqueles do "círculo"...

Respeitosas e Cordiais Saudações de um colega que de quando em quando passa frente ao seu refúgio na esquina da DR. Timóteo com 24 de Outubro.

Mais uma vez PARABÉNS E VAMOS QUE VAMOS


Anônimo disse...

Texto escrito com a voz da alma. Esta alma que tanto incomoda nos dias atuais. Quando venderam em Brasília o Ed. Sede da inauguração da Capital (ou colocaram a venda) foi concretamente a pá de cal nessa alma que nos fazia uma família.Pelo menos nós ingenuamente nos sentíamos família.

Hoje descobri que meu pai é traficante, minhas mães são prostitutas e meus irmãos são torturados todos os dias.

Também não sei se te parabenizo pelos seus 60 e meus 40 ou não. Saímos da Matrix e nos deparamos com um monstro muito tenebroso. Ele é capaz de maltratar órfãos e viúvas.

Entretanto, que fique registrado na História a dignidade com que se portou a sua pessoa nesse quadro dantesco.

Anônimo disse...

Medeiros

Você é um herói nosso. Continue.

Anônimo disse...

Sessenta anos de BB. E parece um guri. Aliás um guri bonito.

Terezinha

Anônimo disse...

Não se Apache companheiro. Pisaram no poncho errado. Avante guerreiro.

Luiz

Unknown disse...

Colega Medeiros,
Admiro o seu trabalho no blog. Como você estou no batente desde 1961, lutando para que a instituição bb continue forte, afinal dependemos dela. Gosto do que você escreve e sinto falta quando não o encontro. Um grande abraco e vamos que vamos!

Paulo Beno e Leda Goellner disse...

Parabéns pelos 60 anos de defesa ao Banco do Brasil !

Continue valente nessa luta. Somos um exército !

Nos meus 44 anos de BB,( Leda conta com 39 anos de BB) sofro ao ver que resta-nos a PREVI e a CASSI, pois o nosso antigo e conhecido BB "já era". Mudou muito, tudo está mudando e nós continuamos na saudade!!!

Um abraço

Paulo Beno e Leda Goellner
Carazinho (RS)

Anônimo disse...

E´issso mesmo, Medeiros. Esse banco que está aí não nos representa. Nos envergonha até

Anônimo disse...

Temos que zelar pelo nosso banco. Confiamos em você Medeiros. Dá duro neles. Estão passando dos limites. Eu me mudei para o Itaú. Lá me atendem muito bem. Levei outros dois colegas comigo

Alfredo

Anônimo disse...

Parabéns doutor. Obrigado por tudo que tem feito. Continue. Não pare. Precisamos do doutor. Vamos endireitar esse BB

Barbara

Anônimo disse...

Dr Medeiros

Gostei do post. Continue por favor.

Anônimo disse...

O doutor fez e cumpriu seu papel com galhardia. Merece comemorar. Pena que a maioria é acomodada.