AVALIANDO O CONGRESSO DA ABRAPP

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Acabei de chegar em Porto Alegre.  A viagem foi ruim. Pegamos uma frente fria e o avião jogou o tempo todo impedindo o serviço de bordo. Mas , enfim, aterrissamos com segurança. É o que importa.


Vou avaliar o Congresso no blog. Acho que vale a pena a gente refletir sobre o que foi tratado num evento de tanta magnitude.  Foi dito que se trata do maior congresso do gênero no mundo. Não é pouca coisa.

Para mim a presença mais importante foi a do ministro da Fazemda, Henrique Meireles, que anda figurando como possível presidenciavel. Seu pronunciamento foi discreto. Se aguardava que falasse algo a respeito de incentivo tributário para a previdência fechada a exemplo do que existe com a previdência aberta. Nada prometeu. Falou que o grande problema do país era a dívida pública e que é necessário perseguir o ajuste fiscal. Acredita no crescimento da economia. Aguardado com ansiedade, infelizmente não empolgou o auditório lotado com mais de duas mil pessoas.

O Congresso foi todo dirigido para demonstrar que os tempos atuais exigem mudanças de modelos e de atitudes. Há necessidade de uma nova previdência para todos. Se não mudar, a previdência fechada vai se exaurir.

Mário Cortella, conhecido filósofo, bateu na tecla de novos tempos, novas atitudes.  É proibido resmungar, acentuou. Tem que haver mais. É preciso agir, participar. Ora et labora. A diferença entre o Velho e o idoso está no desejo de aprender. Também tem que ter cuidado com as rupturas. Não se devem cortar as raízes. Os sistemas e as pessoas devem se reinventar todos os anos. Acompanhar a velocidade das mudanças.

Um tema recorrente no Congresso foi o do envelhecimento da população. Os problemas que viver mais vem causando no custeio do sistema. Um item negligenciado e não previsto no passado.  Como foi possível ?

O que mais me desagradou no Congresso foi a falta de contraponto e consequentemente de debates, que só servem para enriquecer e tornar menos monótonos os eventos.  Faltou representantes dos participantes , que afinal são a parte mais importante do processo.  Querem inovar sem perguntar o que os participantes querem ou acham. O que que é isso ?  Estão alienados ou querem impor um modelo que traz vantagens apenas para os patricinadores e as empresas de seguros que parasitam em torno dos despojos ?

Faltou também uma abordagem do atual momento. Dizer que a intervenção do Postalis é um caso isolado não convence. E os 77 bilhões de déficits dos fundos ?  E o fato de não ter sido atingida no ano a meta atuarial ?  Não vamos curar as feridas ?

Incrível mas nada , nada mesmo, nenhuma palestra, abordou os conselhos fiscais nos fundos de pensão e sua importância para apontar  e evitar desvios, como ocorreu no Postalis. Nesse cenário, o meu livro no  Olho do Furacão continua sendo um dos cinco mais vendidos. Pode ?

Eu que sou um otimista incorrigível voltei meio desanimado do Congresso da Abrapp.

25 comentários:

Anônimo disse...

Dr Medeiros,

Excelente avaliação !!! Como me ensinaram na seguridade de um determinado banco, para se entender o mercado segurador brasileiro, tem que imaginar estudar em colégio de freira para trabalhar na zona

Anônimo disse...

Idealizado e patrocinado por uma associação tipicamente "chapa branca", não me causa nenhuma surpresa que os interesses dos participantes das EFPC sequer fossem abordados. Me desculpe Sr. Medeiros mas do "mato" dessa ABRAPP não sai "coelho".

Anônimo disse...

Prezado Senhor Medeiros,
Fico feliz que o senhor está "caindo na real" sobre esses congressos, reuniões, etc. Não se chega a nada, não leva a nada, gasta-se recursos, e por ahi vai.
Esses eventos promovidos pelas associações e a tal de Previ me faz lembrar, há anos atras, quando os funcionários de reuniam várias vezes para elaborar um planejamento e um plano de trabalho.
Ufa, aposentei faz quase trinta anos e até hoje não terminaram o planejamento e nem estão executando o plano de trabalho.
Estamos no século XXI e a Previ continua no século XVIII. Tudo hoje é "online", menos as decisões da Previ e suas reuniões infrutíferas.
Infelizmente, com todo o respeito, é o que penso e estou comprovando dia a dia.

Anônimo disse...

Muito bem Medeiros. Uma avaliação de macho. Gostei.

Rúben

Anônimo disse...

Dr Medeiros

Para eles não interessa debater. Mostrar o outro lado nem pensar. Debater os erros é se expor. Para que ? Querem é continuar tirando proveito das nossas poupanças. Porque não debatem a falta de transparência e de fiscalização?

Anônimo disse...

Caro Doutor,

Repito meu comentário feito no texto imediatamente anterior:

"Estimado DR Medeiros,

Peço, desde já, perdão, mas NÃO ACREDITO EM ABRAPP, pois são sindicalistas do foro de São Paulo.

Desejo-lhe sucesso, embora não acredito que lhe deixarão falar.

Sindicalista, ao que parece ser histórico, não permitem que bem intencionados lhes façam sombra."

Não tenho bola de cristal, mas a idade diz alguma coisa.
Até existe um dito sobre o tempo - " Mais sabe o diabo por velho que por diabo".

Ainda bem que temos alguém , como o Senhor, que nos passa informações, porque nossa entidade não transparece em nada.

Saúde



Anônimo disse...

Parabéns. O Velho guerreiro está voltando. Continue doutor.

Anônimo disse...

Caro Dr Medeiros


O Dr já leu o brilhante texto do Mestre João Rossi Neto nblog do Ari ?

Anônimo disse...

Dr Medeiros,

Talvez uma das várias qualidades que Vossa Senhoria possui, o otimismo seja aquela que mais admiro. Por isso, quando sua análise sobre a falta de espaço destinado ao participante é destacada, o sinal amarelo se acende. Talvez já tenha aceso até o vermelho e como não possuo sua sagacidade não visualizei. Agora, que já a um bom tempo estamos em viés de baixa e um fato.
Também supostamente, a intervenção no Postalis, ao que parece é para inglês ver. A caca feita foi tão grande com a conta jogada para os carteiros, que foi preciso jogar pra torcida ...

Anônimo disse...

Se a fala de um Ministro da Fazenda não empolga, não traz novidades, planos e ajustes para melhorias, sua atuação discreta pode ser dispensada.

Não gosto dos gestos e da fala enrolada do Ministro Meireles, diz pouca coisa que não leva a nada.

Não pode ser um dos presidenciaveis. Falta-lhe tarimba, negociação e politica.

Deve fazer um cursinho para expressar melhor suas ideais e conhecimentos, melhorando postura, gestos e a fala.

Anônimo disse...

Parabéns pelo seu livro. Para essa turma que dirige os fundos não interessa prestigiar o conselho fiscal. Quanto menos fiscalização melhor.

Anônimo disse...

Dr. Medeiros,

Eu tenho o teu livro e achei muito bom e oportuno. Mas como disse um colega é uma matéria desagradavel para eles.

Aderbal

Anônimo disse...

Caro Dr.

Essa notícia sobre empregar o Bet para pagar ÉS ou Carim divulgada pela Semente está causando alvoroço. O que é isso ?

Medeiros disse...

Não tem nada de concreto ainda, mas tem a ver só para o pessoal da ativa que não recebeu o Bet ainda e ele stá provisionado. Acho melhor esclarecer o assunto ligando para a Previ. Tem gente vendendo ilusão na rede com relação ao Bet. Temos um déficits acumulado para superar. Está faltando informação a respeito.

Medeiros disse...

Eu li o texto do Mestre João Rossi Neto. Um texto conciso, claro e consistente. Há um equívoco com relação à valorização das ações do BB em caso de privatização. Só em falar nessa eventualidade as ações sobem. É um texto para pensar porque tem uma visão pessimista com relação ao futuro da Previ. O outro lado da moeda afirma que a situação deficitária atual é conjuntural, decorrente da crise, e vai melhorar se a bolsa continuar se valorizando e a economia crescendo, podendo o déficits ser revertido em meados de 2018.

Anônimo disse...

Digníssimo Doutor José Bernardo de Medeiros Neto,


Esperar pela bolsa de valores é esperar pelo imponderável.
Saúde

Medeiros disse...

Caro colega,

Admito que a bolsa é uma caixa de surpresas , hoje dominada por algoritmos. Mas ela foi a que nos propiciou o BET e no meu caso uma reserva para enfrentar as crises financeiras e não depender da Previ. Uma carteira sólida é um bom investimento em época de juros baixos.

Anônimo disse...

Estamos passando um momento difícil na Previ com vários questionamentos dos colegas.
Muitas vezes fazemos críticas educadas aos gestores (diretores, etc) e, muitas vezes não lembramos do principal órgão da estrutura organizacional (O CONSELHO FISCAL).
Vamos relembrar algumas atribuições dos mesmos, constantes do Estatuto Social:
ESTATUTO DA CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BRASIL, APROVADO PELA PREVIC E DIVULGADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO.

SUBSEÇÃO IV – DAS COMPETÊNCIAS
ART. 49 – COMPETE ao CONSELHO FISCAL, além de outras atribuições que lhe sejam conferidas pela Lei ou Normas em vigor:
IV – Examinar os livros e documentos da PREVI;
V – Fiscalizar quaisquer operações, atos e resoluções praticados pelos órgãos administrativos ou colegiados da Previ, verificando o cumprimento de seus deveres LEGAIS e regulamentares;
VI – Apontar eventuais irregularidades, sugerindo medidas saneadoras;
VII – Fiscalizar o cumprimento da legislação e normas em vigor.

Apenas para reflexão e sem nenhum pré-julgamento ou dúvidas sobre a atuação dos senhores fiscais.
Com uma atuação constante e independente dos conselheiros fiscais não poderíamos ter evitado a suspensão do pagamento do BET e termos tomado conhecimento dos reais motivos, com transparência, inclusive documental ?
Segundo, poderíamos ter ficado sabendo, à época, os critérios utilizados para selecionar alguns beneficiários para conceder a Renda Fixa ?
Com base na Lei da Transparência, smj, entendo que todas as ações dos gestores do fundo deveriam ser de conhecimento de seus beneficiários, inclusive aquelas em andamento (exemplo: liberação do BET só para os da Ativa).
AO órgão estatutário – CONSELHO FISCAL são preservados pelo CMN e BACEN, total garantia para que sua atuação seja completamente independente, ou seja, sem nenhum vinculo com os demais gestores, independente se conselheiros fiscais de fundos, cooperativas, bancos, etc.
O contido no Código de Ética (que alguns chamam de mordaça) não se aplica à atuação dos senhores Conselheiros Fiscais.
Estou tomando o tempo de todos apenas para dizer que a transparência é o melhor instrumento para evitar conflitos e dúvidas entre beneficiário/gestores, o que evitaria tantas indagações nos blogs de nossos companheiros.
Abraços a todos

Anônimo disse...

SUGESTÃO PARA A PREVI:
CRIAR UM SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO PARA QUANTIFICAR AS ABERTURAS DE MATÉRIAS PARA LEITURA NO SITE DA PREVI, PELOS ASSOCIADOS.
Exemplificando:
Matéria “Governança como eixo central da credibilidade”, apura-se a data da postagem para iniciar o acompanhamento dos acessos para leitura.
Acho que, como sou otimista, chegarão a um percentual próximo a 1%.

Anônimo disse...

Dr. Medeiros,
Sempre que a Previ aumento o limite ES, é liberada carência?
Obrigada!
Deus o abençoe.

goulart disse...


Caro Dr, Medeiros, gostaria que desse a sua abalisada opinião de colega aposentado e competente conhecedor das leis, como advogado que é. Surgiu no Site da Anabb, que a ação judicial de 1/3 Imposto de Renda , ação coletiva, teve como ganho de causa,e ao que parece, como sempre, esta ação judicial deverá subir para o STJ e STF. A Anabb esta solicitando, aos que estão participando desta ação, vários documentos, procurações, pagamento de 300,00 para com as custas judiciárias, e outros ítens mais. Tambem esta dito que pode haver pagamento de sucumbência, no caso de derrota junto ao STF e STJ, poderia, por favor dar a sua opinião sobre o assunto, o que muito agradeço, em meu nome, aposentado e demais aposentados e pensionistas. Agradeço desde já, a sua atenção que sempre obtive, e fique na paz de Deus e Jesus, tudo de bom.

Medeiros disse...

Caro Goulart,

Já li o site da Anabb a respeito. Vou consultar o Lahorgue sobre algumas dúvidas. Segunda feira o Amaral faz palestra na AFABB e vou me informar melhor. Depois esclareço aqui no blog.

goulart disse...


Caro dr. Medeiros, obrigado pela sua consideração e respeito a nós aposentados e pensionistas, em responder sobre a ação de 1/3 IR, já procedente na 2a. Instância, tudo de bom, e se possivel, aguardamos seu comentário após a reunião com o Sr. Laborghe, na palestra da AFABB, fique com Deus e Jesus.

Anônimo disse...

Dr Medeiros a Previ tem 113 anos ou tem 50 anos como diz o blog do Zanella? Quem estaria mentindo?

Anônimo disse...

Querido Medeiros,
Meu marido entrou com a ação imposto de renda e não tinha direito pois e aposentado por invalidez. Pagamos e pedimos a devolução do dinheiro e ate hoje não nos devolverao. Não acreditamos na anabb.

Luciene