ENQUANTO PATINAMOS E COMPLICAMOS O PESSOAL DA ATIVA FESTEJA O PLR

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Que ótimo !  Fico feliz por eles.  Terminou a greve de maneira exitosa para os bancários do BB,  que ganharam 7,5% de aumento sem limitação de faixa salarial e mais um PLR gordo sobre os lucros do banco. Valeu o esforço e parabéns para os negociadores que souberam obter os resultados positivos para nossos colegas, aproveitando o oportuno período pré-eleitoral e o momento em que as pesquisas estiveram confusas. Porque hoje a diferença pró Dilma já começa a se acentuar de novo.

Convém apenas fazer uma lembrança para eles, a de que esse lucro extraordinário do BB só foi possível graças ao abocanhamento de parcelas consideráveis do superavit da PREVI, quer dizer do nosso superavit, do pessoal inativo, que ajudamos a construir com tanto esforço. Façam bom proveito, colegas da ativa, mas não esqueçam esse detalhe, que é relevante, embora os dirigentes da PREVI continuem afirmando que se trata de mero expediente contábil, um procedimento virtual, pois o dinheiro continua lá.

Quero, então, que os colegas da ativa me digam se o churrasco e as cervejas com que vão comemorar o PLR , que vão receber amanhã, são de verdade ou são virtuais?  Se o dinheiro que vai ser depositado amanhã em suas contas é autêntico ou é apenas um lançamento contábil ?  Aliás essa questão já foi levantada por uma colega incrédula com tudo que anda se falando por aí a respeito do superavit. Churrasco virtual !  Essa é boa, não acham ? E´ uma forma também de se comprovar se nosso superavit é real ou inexistente, como alguns continuam afirmando. Basta constatar se os nossos colegas da ativa estão de fato saboreando uma boa carne, uma cerveja gelada, um chocolate, comprando um automóvel ou uma bicicleta, etc, etc. Se é real, então nosso superavit existe, olhem só !

E por falar em superavit – não aguento mais – vale a pena transcrever um trecho da nota oficial do comitê de negociação para que vocês possam avaliar como o meio de campo foi embolado propositalmente tornando quase impossível chegar  ao gol. Primeiro se quer fazer uma alteração estatutária para terminar com o voto de minerva, depois revisão do plano de benefícios, para só por último discutir a destinação do superavit.  Por causa desse entendimento é que estamos discutindo preliminares desde 2007 e nunca se chega a uma fórmula objetiva e imediata a não ser a suspensão das contribuições. Ao contrário de outros fundos, como a VALIA.

O texto é o seguinte: “"As entidades e os dirigentes eleitos reafirmaram sua posição de que a maior parte da reserva especial deve ser revertida em melhoria de benefícios e que é imprescindível nesta negociação resolver outras questões pendentes como o fim do voto de minerva, a volta da diretoria de Participações para os associados e a volta dos direitos do Corpo Social. Apresentaram, ainda, proposta de fazer eventuais revisões no plano de benefícios antes de discutir a destinação do superavit. O Banco do Brasil reafirmou entender que a metade do superavit do plano 1 deve ser destinada a ele, com base na Resolução CGPC 26. Os representantes dos associados reafirmaram que é necessário buscar alternativas para a solução desta divergência. Insistem que a maior parte dos recursos disponíveis na Reserva Especial para Revisão do Plano deve ser destinada à melhoria de benefícios para os associados. Será agendada uma próxima reunião conjunta com a PREVIC e nova reunião será agendada com o banco posteriormente”.

O que acharam ? De minha parte, primeiro chamou minha atenção que a palavra “reafirmaram” foi usada tres vezes. Ninguém afirmou nada de novo na reunião, todo mundo, inclusive o BB, reafirmou o que já vinha sendo dito. Portanto, uma reunião inócua, meramente protelatória, apenas para consumir gastos com hotéis e passagens aéreas. E criar falsas esperanças na gente.

Depois chamou a minha atenção que apenas em um lugarzinho, em todo esse texto, se fala em superavit. Se diz que vai se discutir e resolver um monte de coisas, “antes de discutir a destinação do superavit”.  E aí é que acho que está o olho da coruja, pois para mim a ordem é discutir o superavit, ouvir qual a proposta inicial do BB, e a partir daí fazer as nossas imposições. Só fazemos o acordo se o BB atender nossas principais reivindicações e exigências jurídicas.

Se a pessoa que redigiu o texto divulgado é um dos nossos principais negociadores, em meu humilde entendimento, estamos em maus lençois, como se diz, porque ele joga para os lados e para trás. Não mira ou não quer mirar no gol adversário, nem sequer está se importando com a torcida. Quer brilho próprio, quer jogar para a diretoria apenas.

Por isso bem andou a presidente da FAABB, Isa Musa, em fazer um adendo pessoal no final da nota que mandou para as associações de aposentados, quando diz: “A FAABB esclarece que, de nossa parte, temos feito todas as tentativas de conduzir as tratativas sem intransigencias e sem propostas fora da realidade, de modo que tenhamos uma solução o mais rápido possível, no entanto, devemos ter ciencia de que toda negociação envolve detalhes políticos e econômicos”.  Isso, para mim, quer dizer que outros estão apresentando propostas fora da realidade. Ou não ?  Parabéns.  O caminho mais adequado é sempre o menos complicado, senão vai terminar se concretizando a conhecido máxima de Aporely, se não me engano: De onde menos se espera que vai sair alguma coisa, é daí que não sai nada mesmo. Vamos rezar. Estou procurando um novo santo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Sr. Dr. MEDEIROS,

Os valorosos Colegas da ativa, do PB1, já estão consumindo suas aposentadorias antecipadamente com a distribuição de PLR/dividendos.
Estão dando ao bb metade de suas aposentadorias futuras, agora.
Carne gorda hoje, talvez ossos no futuro, que se aproxima incerto, nebuloso, para não dizer totalmente sem luz.
Saudações

Anônimo disse...

Muito bancana o seu texto, claro e facil de ler.