TEMPO DE INCERTEZA. ( 2 )

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O Seminário de Governança se encerrou ontem com uma descontraída palestra sobre ética corporativa e sistemas de incentivo nas empresas, do professor Clovis de Barros Filho, de São Paulo, catedrático da matéria.


A palestra foi leve e divertida, entremeada de anedotas e alguns palavrões, deveria ter sido inserida logo depois do almoço, pois despertaria o público. Entretanto, embora tenha agradado ao auditório e a mim mesmo, o palestrante fugiu totalmente ao tema que lhe foi proposto, que dizia respeito até que ponto as estruturas de incentivos contribuem para o comportamento não etico das pessoas em todos os níveis das organizações.

O professor Clovis abordou os conceitos históricos da ética, chamando atenção para os pensamentos de Aristoteles e Jesus de Nazaré,  que ligavam ética com códigos de conduta e sentido no próximo, até chegar em nossos dias com os conceitos de Maquiavél, de mercado e de satisfação pessoal.

E terminou surpreendendo ao falar que o trabalho ético atualmente reside em se sentir feliz e fazer os outros felizes, desfrutando cada momento ou oportunidade que se apresenta, fugindo completamente do contexto.

Na manhã de hoje tivemos uma palestra morna, ao contrário do empolgado professor Clovis, feita  por John Wilcox, norte americano, sobre se o conselho de administração deve agir de forma autônoma, principalmente nos casos dos prejuízos recentes de empresas, com mais transparência, prestando contas aos acionistas. Gostei da palestra, que teve substância, de modo especial quando abordou a comunicação do conselho com os acionistas, divulgando, por exemplo, assuntos delicados como a remuneração dos dirigentes e a forma de seu cálculo. Ele foi explícito ao transmitir que o conselho deve estudar uma forma de ser mais transparente e de se comunicar, pois cada vez mais os acionistas e a sociedade estão exigindo que os membros dos conselhos prestem contas de seus atos. Devem ser respeitados apenas os assuntos mais sigilosos.

A moderadora Sandra Guerra, esbelta e elegante, acentuou que é importante que os acionistas sintam qual a colaboração efetiva que os conselheiros trazem para a companhia ou se só estão ali para cumprir tarefas ou fazer a vontade do dono ou dos diretores.

Concluiu que as vezes não temos coragem de questionar aquilo que tem que ser questionado. Mais uma vez surge a palavra coragem. Há poucos dias falei nela. lembram ?

O Seminário terminou com mais dois painéis. A organização do evento  foi boa e profissional. Obteve sucesso absoluto de presença de conselheiros de administração de importantes empresas, 114 do Brasil e 12 do exterior, o que propicia as conversas e os contatos, troca de idéias e de experiências, o que vale tanto quanto as palestras e os painéis. Agradou ao público presente.  Minha avaliação melhorou um pouco. O Seminário tem uma missão relevante junto aos conselheiros de empresas participadas da Previ.

Acho que a bolsa vai reagir forte hoje puxada por Petrobras. Desde ontem, quando escrevi que estava estudando o mercado, para comprar de novo, face as baixas, já corriam fortes boatos.  Vamos ver.


31 comentários:

Anônimo disse...

A questão da ética nas empresas, hoje em dia, é que cada uma monta a sua própria. O funcionário é ético, se ele segue a diretriz da empresa, mesmo que ela prejudique terceiros. Isto não é ética e nunca foi. Distorceram o sentido deste vocábulo. Infelizmente.

Anônimo disse...

Muito interessante o relate, continue dr. Medeiros.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Medeiros disse...

Desculpem, mas de repente um vírus andou por aqui. Já corrigi.

Anônimo disse...

Infelizmente o vírus continua atuando, apesar dos diligentes esforços do caro doutor.

Anônimo disse...

Falar em ética na Previ quando foi concedido bônus aos diretores com voto de minerva do BB é piada.

Anônimo disse...

A Previ comete vários erros de governança, como a comunicação aos participantes que é falha. Não pode exigir governança se não prática. O seminário deveria ser obrigatório era para os diretores da Previ. Cade a transparência ?

Anônimo disse...

O Adaí fala em seu blog que o blog do Medeiros é o mais acessado do país. Tem razão. Esse blog vai ficar em nossa história. Emite opiniões sinceras de seu autor. E nos conta os bastidores dos fatos. Certamente a Previ vai só elogiar o evento. Ele não é puxa saco.

Valdemar RJ

Anônimo disse...

Parabéns pelas postagens sinceras e pelo conteúdo, tem muita coisa para nós fazer pensar sobre a evolução da governança. Ela é importantíssima para defender nossa posição em renda variável. Falando disso a bolsa disparou hoje por causa da Petrobras. Ontem você falou que estava estudando para comprara? Comprou ?

Medeiros disse...

Comprei ontem. Já tinha baixado os 5000 pontos que costumo seguir. Deu sorte.

Anônimo disse...

Valdir Camilo se desfilou da Anabb, o que houve ?

Roberto Martines 8670089-8 disse...

Dr. Medeiros como é difícil, ser transparente, é como dizia um amigo meu quem tem dinheiro diz que não tem e quem não tem diz que tem. Assim é a transparência do salário dos participantes da PREVI. Quem ganha muito diz que ganha pouco e quem ganha pouco diz que ganha muito. Rio Brilhante MS.

Anônimo disse...

Tempo de certeza: quanto mais tempo os associados do Previ permanecerem comprados em renda variável, mais vão perder...

PS. Fundamento: a falácia do “colchão de liquidez”...

Anônimo disse...

A ética na governança é uma só: integridade e honestidade na relação com os acionistas e o mercado. Quem não a praticar esta fadado ao insucesso, pois cedo ou tarde os interessados descobrirão.

Anônimo disse...

gente, se a "merreca" que recebo ( e muitos colegas tb) nao tiver aumento,vai ficar dificil...........vai chegar a fase das vendas:do carro, de "alguns luxinhos"....vai dar soh p o arroz com feijao!

Anônimo disse...

Anônimo disse...
Tempo de certeza: quanto mais tempo os associados do Previ permanecerem comprados em renda variável, mais vão perder...

PS. Fundamento: a falácia do “colchão de liquidez”...

16 de setembro de 2014 21:40

- O retorno ao real nos reenvia em última análise, a exploração dos trabalhadores, que é o verdadeiro “fundamento” da Bolsa. O crescimento do setor financeiro e dos ganhos que este proporciona só é possível na proporção exata do aumento da mais-valia não acumulada, e um, como o outro, admitem limites que foram atingidos (Michel Husson).

Anônimo disse...

Tempo de certeza absoluta:

Após o lance absurdo no leilão de concessão do aeroporto de Guarulhos-SP, até que demorou para vir à tona o óbvio:

http://www.blogrelatorioreservado.ig.com.br/index.php/2014/09/17/socios-da-invepar-sao-trens-em-rota-de-colisao/

Goulart disse...

Caro Dr. Medeiros, peço, em meu nome e dos outros colegas aposentados e pensionistas, a promessa que foi feita, no ano de 2010, onde foi celebrado e assinado o Acordo, em que se prometeu-se uma Revisão dos Beneficios, e até agora nada foi feito. O Seminário deve ter sido muito bonito, até certo ponto proveitoso, mas, para nós, aposentados e pensionistas, tudo continua na agonia. Te peço, juntamente com os outros colegas da chapa 3, por favor, isso é prioridade, colega, por favor, e tudo de bom, aposentado do Paraná, muito triste com esta situação toda. Como o colega diz, vamos que vamos, mas no caminho certo, com uso de seu carisma e influência.

Anônimo disse...

Colega (16/09/2014 19:41)

Não é Valdir, mas sim Valmir.
Quem talvez saiba algo mais é a colega Cecília Garcez.
Pelo que entendi existiria uma briga interna, daquelas de "foice no escuro", entre o grupo do sr. Camilo e o dos atuais dirigentes, inclusive com auditorias realizadas e ações judiciais em curso para apurar responsabilidades.
Acredito no final que seja a velha disputa pelo poder.
Em se tratando de ANABB na verdade nada que no fundo nos interesse, pois um dos princípios da entidade é a defesa do BB e não de seus associados, tanto que estariam a revisar os estatutos dado a constante desfiliação que viria ocorrendo.

Anônimo disse...

Ari Zanella disse...
Tenho profundo respeito pelas pessoas que emitem suas opiniões (JUSTAS) devidamente identificadas. Não tenho a mesma opinião sobre anônimos os quais estou pensando seriamente em suspender.

Dando uma ideia sobre as empresas participadas que promoveram o Encontro dia 15 e 16, precisamos ter em mente que 40% dos nove bilhões pagos anualmente a título de aposentadorias e pensões, vêm dos dividendos proporcionados por estas empresas.
17/09/14 13:40

- Professor Ari,

O produto da multiplicação das duas variáveis, acima mencionadas, montaria então R$ 3,6 bi aproximadamente por ano.
Entretanto, o mercado bursatil brasileiro vem em queda continuada de uns quatro anos para cá. A pergunta que fica é se tem valido a pena carregar a enorme posição em ações para receber estes dividendos. Em outros termos, a carteira de ações tem se desvalorizado também. Provavelmente, bem mais do que os juros e dividendos recebidos.

Ademais, num devemos esquecer que a maximização dos fluxos de dividendos é uma exigência dos próprios investidores institucionais. Neste mato pode ter cachorro...

PS. Parece que o seu blog num recebe mais comentários anônimos...

Anônimo disse...

Parece-nos aqui oportuno relembrar certo fragmento encontrado no item nove da abordagem dos “fluxos”, conforme se segue:

[...]

Portanto, eles exigem que a atividade dos grupos dos quais eles detém ações seja voltada para dois objetivos: a manutenção das cotações no nível mais elevado possível e maximização dos fluxos de dividendos.

Entretanto, a acima mencionada, maximização dos fluxos de dividendos, conhecida exigência dos investidores institucionais, parece-nos que seria uma medida artificial. Portanto, estaria em confronto com o “espírito” daquilo que seria o principal fator de avaliação de uma ação, conforme mencionamos no item dezoito. Em outros termos, tal exigência dos investidores institucionais, poderia ser equiparada a uma espécie do gênero manipulação: “manipulação de cabeças”. Conseqüentemente, a maximização dos fluxos de dividendos, conhecida exigência dos investidores institucionais, seria importante peça de nossa hipótese de existência de uma “conspiração” nos atuais mercados bursateis, como iremos demonstrar ao longo do presente trabalho. Portanto, acreditamos ser aqui oportuno relembrar, o mencionado fragmento de texto, antes mencionado no item dezoito, conforme se segue:

É óbvio que quanto maior forem os dividendos atuais e sua taxa de crescimento, maior será o valor da ação; assim, as diferenças entre as taxas de crescimento são o principal fator na avaliação de uma ação.

Anônimo disse...

Colega Medeiros, entendo como normais, as cobranças dos colegas , sobre a chapa tres. São anos q passam e quando a gente uma luz no fundo do túnel que a cobrança nada mais é que a ansidedade de vermos alguma notícia boa, algum alento. Nada contra ninguém. Simplesmente, ESPERANÇA.

Paulo Beno disse...

No 2º trimestre (abr-mai) 2014 a INVEPAR registrou um prejuízo de R$ 28,308 milhões.

Em 06/02/2013 arrematou com ágio de 373,5% o aeroporto de Guarulhos (SP), pagando R$ 16,213 BIlhões!!!

A INVEPAR tem 14 empresas e 25,56% pertenceM ao Plano 1, da PREVI através do Fundo de Ações BB Carteira Livre 1, cujos Recursos Garantem 1,4837% de nossos benefícios.

Anônimo disse...


Marcelino diz:

D.D. Dr. Medeiros, pensando bem, acho que todos nós(inclusive o Senhor) devamos preservar sua integridade e bom trânsito no Conselho da PREVI, AFFABB, ANAPLAB, ANABB, MPF, etc.

Suas opiniões são muito alentadoras, mas seu trabalho e tenacidade são mais importantes e não necessitam de tantos embates desgastantes no seu Blog.

Agradeço as postagens, mas reconheço que criam mais tumulto que contribuição à Causa dos Associados.

No blog do Ari se discutem os mesmos temas, com mais contundência, melhor ficar por lá, até que as Ratazanas do PREVI e BB (anônimos) parem de perturbar.

Abraço, força, não peço nada mais por Ele já te abençoou.

Marcelino MAUS





Anônimo disse...

Dr. Medeiros por favor, me explique uma coisa: O Sr. aplica em fundos de ações do BB ou compra e vende ações? Gostaria de entrar no negócio mas não sei como. Acho que muitos colegas também gostariam de saber a sua tática. É possível o Sr. nos orientar? Obrigado.

Luis-BH disse...

Também gostaria de fazer alguns comentários sobre o Prof. Ari, se o Dr. Medeiros me permitir, uma vez que não sou registrado nos serviços permitidos pelo blog do professor.

Sobre os dividendos das empresas participadas, penso na mesma linha do Faraco e do Anônimo 17 de setembro de 2014 16:11(no blog do Doutor). São investimentos de alto risco que rendem pouco. É só olhar nos avisos aos acionistas: os valores em geral são irrisórios.

Arrisca-se demais empenhando o capital e obtém-se pouco retorno percentual. Claro que, pelo volume aplicado, uma Vale ou Petrobras geram milhões ou bilhões todo ano. Mas também são bilhões de reais da Previ à mercê dos caprichos do mercado.

Tenho um pouco de experiência em Bolsa. Ao longo da minha vida "brinco" um pouco com ações de primeira linha nas poucas vezes que tenho um alívio financeiro. Nunca ganhei muito em dividendos. O lucro ou prejuízo é representado pelo valor de mercado.

Dr. Medeiros, o que acha?

Luis-BH

Anônimo disse...

Caro Dr. Medeiros bom dia. É possível que possa sair os 100% para ás pensionistas? Responda, por favor...

Abraços

Anônimo disse...

Dr.Medeiros,
devido ao PL 4434/08, do Sen.Paulo Paim, pergunto da utilidade de abaixo assinado avaaz.
abr.