PÉS NO CHÃO E CABEÇA ENTERRADA

A avestruz, todo mundo sabe, é uma ave medrosa que, quando assustada, enterra a cabeça na terra para não ver o perigo.  Ela tem os pés no chão, com certeza, mas a cabeça...

Tem muitos gestores que são assim medrosos, na hora em que as turbulências apontam no horizonte, ou saem correndo em disparada ou enterram a cara no chão.  Tem a síndrome do pânico e suas atitudes são marcadas pela covardia dos gestos.  Vivem  sob a égide do terror.

Se o perfil dos investimentos de uma entidade se caracteriza pela exposição ao risco, com 60% deles colocados em renda variável, sujeita às oscilações e ao humor da bolsa de valores, é necessário que os administradores saibam se comportar à altura e estejam preparados para eventuais dificuldades. E´ preciso ter jogo de corpo e inteligência para saber tirar proveito das virtudes que possui em sua carteira.

No caso da avestruz tem que saber utilizar suas longas pernas e sua velocidade para se deslocar com rapidez suficiente para fugir do perigo. E também aproveitar seu longo pescoço para olhar o horizonte, em vez de se esconder no sub solo, e desse modo vislumbrar o cenário e verificar possíveis saidas.

A atual gestão da PREVI não tem sido feliz em sua comunicação com os participantes.  Tem pautado seus contatos com um recado equivocado.  Em vez de esclarecer dúvidas e fornecer informações, preocupa-se em criticar posicionamentos e ações judiciais interpostas por associações e participantes, afirmando que são um tiro no pé.

Ao mesmo tempo a diretoria da Previ deixa no ar providências para cobrar responsabilidades do ex-presidente Flores relativamente à compra de um imóvel, até hoje não bem explicado, bem como deixa de cumprir as determinações da PREVIC com relação ao teto de benefícios,, criando uma casta de marajás em nosso fundo de pensão, que já conta com mais de trezentos privilegiados.

E finalmente, em vez de cumprir promessas de campanha com a incorporação do BET em nossos benefícios, levanta em sua revista, noventa dias antes de terminar o ano, a probabilidade de sua extinção em 2014 e o retorno das contribuições.

Ora bolas, levantem a cabeça e usem os pés para alcançar os objetivos e não para fugir das responsabilidades.  Nós vamos cobrar soluções e responsabilizações, não vamos nos conformar com a supressão de um quinto de nossos benefícios, que realmente deveriam já fazer parte de uma revisão de nosso plano 1, para exames atuariais de viabilidade.  Aguentem as consequências, analisem devidamente o cenário, nos chamem para debater a situação e soluções surgirão com certeza.  Até porque, apesar do panorama sombrio, ainda tenho esperanças de que a bolsa reaja até o final do ano.

Pra que   e  por que  o terrorismo ?