CRISE ECONÔMICA NA EUROPA É REAL - REFLEXOS NA BOLSA E NA PREVI

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A eleição na Previ são águas passadas.  Como sempre deixou cicatrizes e ensinamentos preciosos para o futuro, que, para nós, do grupo pré 67 são de suma importância, pois o plano 1 será objeto de ampla cobiça e palco de grandes debates.

Mas tratemos de outros assuntos, que também nos dizem respeito, como, por exemplo, a crise econômica na Europa, que derrubou a bolsa de valores em maio em mais de 11%.

Conforme escrevi antes de viajar, achei que a bolsa cairia a 55.000 pontos, que seria a minha posição de compra. Ontem chegou a cair a 53.000 e aí reagiu com força, para fechar positiva.

Na Previ o ponto de equilíbrio para o BET , em meu entendimento, é 57.000 pontos, de maneira que abaixo desse patamar a posição é deficitária, e essa queda, além de outros motivos políticos e financeiros, derrubou o presidente Flores, que foi demitido pela Dilma.

Em minha estada na Europa, Portugal, Espanha e França, de 13 até 29 de maio, pude perceber que a crise é real, está presente não só no noticiário dos jornais e da TV, como no quotidiano da população, que está aflita e procura cortar despesas supérfluas. Não comem mais fora, em restaurantes, não vão a teatros e cinemas, estão com salários atrasados, aposentadorias e pensões reduzidas, os carros parados, pois não possuem dinheiro para combustível nem para pedágios ou estacionamentos.

Os brasileiros que para lá tinham ido há cerca de dez anos estão todos voltando, desanimados. E os europeus começam a emigrar em busca de oportunidades.

O grande receio é a Espanha. Existe o temor que um grande banco espanhol venha a quebrar, assim como aconteceu com o Morgan nos EEUU.  O banco espanhol, que tem presença forte no Brasil,  está a perigo, pois com os boatos ninguém quer mais aplicar nele e os correntistas iniciaram a tirar os seus depósitos. Fala-se que existem mais instituições financeiras na Espanha com risco de quebra. Os espanhois sofrem com o desemprego e temem o futuro.  Vários hoteis de luxo já fecharam assim como aconteceu na Grecia, onde cerca de vinte hoteis de grande porte já encerraram suas atividades.

A esperança toda está centralizada na China, na India e no Brasil, que eles consideram os paises que poderão salvar o mundo, além, naturalmente, da Alemanha. Os EEUU já eram... A Rússia, idem.  Na opinião deles.

Aguarda-se uma decisão firme de um plano salvador, de algo consistente, e não de planos meramente emergenciais.  Assim como está não sabem ainda qual o fundo do poço, mas acham que a situação é melhor do que em 2008.  E´ o famoso W, que estava faltando , segundo prega a doutrina econômica, isto é, uma crise sempre é seguida de um repique.

Voltei contristado com a situação vivida pelos europeus. Eles estão conscientes de que gastaram demais, de que fizeram coisas que não poderiam pagar, estradas, pontes, túneis, monumentos, etc, etc.

O ambiente é tenso. Vou aprofundar minhas reflexões e acompanhar as decisões que serão tomadas nos próximos dias, para ver qual atitude assumo na bolsa. Mas acho que vai haver uma reação. Acho. E também acredito que não vão deixar o banco espanhol quebrar. O exemplo americano foi péssimo.

Amanhã passarei a contar de minha viagem.  Precisamos de temas mais alegres. A vida continua. E Roland Garros também, com um tênis de primeira grandeza.

5 comentários:

Anônimo disse...

Dr Medeiros, interessante sua analise economica da crise na europa, voce que viu a situação de perto, passa a imagem de que tudo que está sendo noticiado é verdade. Triste saber que no 1º mundo a coisa tá feia mesmo a ponto de se perceber no próprio cotidiano deles.
Nós aqui, aposentados do Plano 1, vamos ver o que de bom nos sobra da nossa tão malvada Previ, com os ganhadores da chapa 6 tomando posse.

Diogo disse...

Caro Medeiros,
A China, bem como o Brasil, vem apresentado sinais de desaquecimento em suas economias. Aliás, estes sinais com relação à China influenciaram na queda da Bolsa, hoje. - 2%, fechando a cerca de 53.400 pontos.
Mesmo que haja salvamento de bancos na Espanha, é bom observar que já injetaram dinheiro demais no sistema bancário em todo o mundo, estas coisas têm efeito cascata, de modo que ainda coloca as minhas barbas de molho...acho que pode, sim, piorar e ser igual a 2008, principalmente por causa da China. Tambem o desemprego nos EUA subiu.
Enfim, muitas vezes economia parece futebol, mas penso que depois de uma década de crecimento puxado pela Asia, viveremos uma década de estagnação ou recessão.
Mas, aceito opiniões divergentes.
Abraços

Ademir disse...

Nesse mesmo período vaguei pelos EUA. Nova Iorque e adjacências e depois Orlando. De crise não se vê sinal nenhum. Dia de semana e estacionamentos de shopings sem vaga para mais nenhum carro.Parques lotados, muitos estrangeiros levando divisas para lá, mas muito mais americanos.
As TVs tratando de EUA e muito pouca coisa do restante do mundo. Em 20 dias não vi nada de Brasil em lugar nenhum - na imprensa.Me dei conta de nossa desqualificação generalizada. Em cada rua vc enxerga tranquilidade e segurança. Fui na casa de 1 amigo com o meu carro alugado e automaticamente travei tudo, levei carteira e bolsa da mulher para dentro da casa e só quando saí, vi que a BMW X-5 dele, nova, comprada por 75 mil dólares em 60 meses estava aberta, com vidros abertos e as coisas dele todas dentro.
Nem falei nada de vergonha, mas trouxe a imagem que vai me acompanhar, e a frase de minha netinha: "aqui não tem rradrão vovô" (ladrão)

WILSON LUIZ disse...

Venceu a chapa 6, totalmente dominada pelos sindicalistas. A culpa é nossa, dos aposentados, cujo comparecimento à votação foi de 30%. Reconhecemos nossa omissão e comodismo, mas vamos combinar, os funcionários da ativa que votaram nesta chapa são muito burros. Segundo o diretor eleito, Marcel Barros, ele e sua Contraf/CUT estão lutando pelos interesses dos funcionários desde que, em 1808, D.João VI fundou o Banco do Brasil. A pergunta que não quer calar é porque eles nada fizeram para evitar que seus salários ficassem tão achatados, principalmente a partir de 1997. Acho que foi porque o diretor eleito Marcel dedicou todo seu esforço para resolver a situação de um único funcionário, ele mesmo.Quando olharem a merreca creditada dia 20 em seu contra-cheque, imaginem o sr. Marcel olhando o(s) dele, onde estarão creditados os 42 mil que recebe como Diretor, mais uns 50 mil como presidente do conselho de administração da Vale e outros penduricalhos. Muitos da ativa escrevem por aí que se consideram vencedores; parabéns, e como escreveu o genial Machado de Assis, “ao vencedor, as batatas”.

LUIZ CARLOS disse...

Caro Dr.Medeiros,

Salve!

Gostaria da sua permissao para discordar de que a queda da bolsa e a posicao deficitaria seria um dos motivos para a queda do ex=presidente Flores. A meu ver nenhuma autoridade ou dirigente está muito interessado na saude da PREVI, Foi intriga entre eles a causa da queda.
Creio que, como o sr. estava fora, ainda nao teve tempo de inteirar-se que o grande banco espanhol, o Santanter, será, segundo estudos do planalto, socio do Banco do Brasil em algumas operações. Nao quero apostar que a PREVI e outros fundos vao comprar essa bomba.
Saude.