OCTOGENÁRIOS

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Quantos octogenários temos hoje aposentados no BB ?  Um monte. É uma categoria que nem a Previ nem a Cassi apreciam.  A Previ, pela longevidade acima das previsões do IBGE.  A Cassi pelas enfermidades e cirurgias que costumam ocorrer nessa faixa de idade. Os octogenários, infelizmente, são vistos com maus olhos, causadores de dispêndios e de despesas.


Eu me preocupo com a Cassi - e por isso vou entrar com o protesto judicial de ressalva de direitos - porque estou ingressando na turma dos oitenta anos. Neste radioso mês de maio,  estou virando octogenário, passo a ser um fator de risco, uma máquina velha, com os desgastes naturais da idade.

Confesso que estou em estado de choque, vivendo a crise dos oitenta. Começa aqui o curto circuito entre a jovialidade do espírito e a decadência do corpo, entre a jovialidade da mente e a decadência da vontade. Há pouco era o gatão da meia idade. De tio agora sou vô da idade condor. Cabeça tão boa ,  joelhos fracos e olhos embaçados. Que aconteceu?

É que fui pego de surpresa. Faz pouco superei a crise dos quarenta. Não vi os anos passarem. Quando me dei conta estava com oitenta anos.

Fazer o que?   Uns dizem que tenho que me rejubilar por ter chegado aos oitenta, vencendo a balisa imposta pelo IBGE.  Varios não lograram ultrapassar a barreira e ficaram no caminho. Outros chegaram em más condições. Alegre-se por ter sobrevivido. Vencido acidente de avião e diagnóstico de câncer pulmonar aos 22 anos. Ufa !

Martha Medeiros escreveu uma crônica falando dos oitenta anos. Diz o seguinte: “ Até que se chega aos oitenta. É a idade de inúmeras pessoas que admiro. E o que tenho visto é só celebração. Os oitenta são motivo de festa , de orgulho e de uma espécie de refinada liberdade. Já não há mais tanta preocupação com o que os outros pensam, assume-se um pódio de chegada em que o troféu é olhar para trás e ser grato pela estrada percorrida, pelas conquistas profissionais, pela família constituída e pelos amores que nos tiraram o sono. Quem é que chega aos oitenta sem nada para contar ? Não há como não se ter uma biografia aos oitenta .  Você pode se sentir vencido, mas venceu também. Foi alem da expectativa do IBGE. E o prêmio é não precisar atender às demandas do mercado. Admiro os homens que souberam honrar os anos vividos, que compartilharam conosco sua inteligência, humor e cultura, e que nos fazem perder o medo de chegar lá, mostrando que onde tantos temem a aridez e a improdutividade, ainda há terreno fértil, esperança e futuro.”

Hoje fico por aqui. O texto de minha sobrinha Martha é inspirado. Termina com uma bandeira otimista, alertando que nos oitenta ainda há terreno fértil, esperança e futuro.

Oxalá !  

21 comentários:

Anônimo disse...

Dr. Medeiros, a meta inicial agora é chegar aos cem(sem) renovação do ES, sem BET, sem Aumento Espontâneo, sem Participação nos Superávit,sem interrupção das parcelas do ES e EI e por aí vai. Então vamos protestar.

Anônimo disse...

Dr Medeiros

Mais um belo póst. Leitura obrigatória de fim de semana. Obrigado.

Terezinha

Adairton Campêlo disse...

Parabéns Dr. Medeiros! Oxalá se eu chegar aos oitenta anos. Com certeza vou comemorar, e principalmente se Deus permitir com muita saúde. Um abraco e repito PARABÉNS PELOS 80 ANOS! Assina: José Adairton Bezerra Campêlo

Anônimo disse...

Saiu no Valor que aposentado da Petros se livra da taxa extra para cobrir o prejuízo de vinte e um bilhões. Os desembargadores do TJ do Rio decidiram que o prejuízo deve ser pago só pela Petros e pela patrocinadora Petrobras.

Anônimo disse...

Eu cheguei nos oitenta e muitos. E vou levando. É a idade condor. Mas não é o fim do mundo. Benvindo Medeiros

Anônimo disse...

De minha parte não sou octogenário, sou Pre noventa. Melhor pensar assim.

Oscar

Anônimo disse...

Medeiros

Tu continuas gato.

Norminha

Anônimo disse...

Muito gato. Ainda arranca suspiros das veias como eu. Parabéns pelo niver. Vamos que vamos.

Cecília Meirelles

Anônimo disse...

Sem dúvida é uma satisfação chegar aos oitenta. Mas ainda quero demorar a chegar lá e aproveitar bem os meus setenta. Congratulations Medeirão

Anônimo disse...

Dr. Medeiros


Parabéns pelo post. Corajoso como sempre o dr mostra sua preocupação por ter chegado no início da estrada que não tem volta. Aproveitar o que ela proporciona é ter sabedoria. Desejo muitas alegrias e quecontinues ativo e produtivo sempre. Avante guerreiro. Tamos junto nessa lida.

ABS

Marcos Madeira

Anônimo disse...

Muito inspirada a crônica da Martha Medeiros. Temos quecelebrar os oitenta mesmo.

Anônimo disse...

A decisaodo TJ do Rio sobre os descontos da Petros para pagar o déficit excluindo os aposentados é história e pode servir para nossa Previ.

Ademir

Anônimo disse...

Mederão cabra Jovial,

Em que pese a idade do condor, por favor bússola nossa, jamais se esqueça da gratidão e reconhecimento que tens Brasil afora. Jamais esqueça o respeito e a consideração das pessoas de bem. Jamais.
Existem pessoas que não deveriam envelhecer, ou deveriam, sei lá. O que eu tenho certeza é da história de beleza e retidão que construiu até aqui, e ainda tem muitos capítulos a serem escritos nesse livro.
Muita saúde, muita paz e seja sempre muito feliz

Eu mesmo

Anônimo disse...



É preciso ter em mente que as gerações se sucedem do seu próprio jeito e com seus valores diferentes das gerações anteriores, nas empresas, na sociedade, na humanidade, de acordo com suas próprias características, independentemente das convicções pessoais e dos desejos das gerações passadas.

“Assim caminha a humanidade” não é apenas um célebre filme protagonizado por Liz Taylor e Rock Hudson.

O filósofo polonês Zygmunt Bauman in “Modernidade Líquida” ensina-nos, ou reedita, segundo outros autores, a máxima de que “nada será como antes”, também registrada na bela canção de Milton Nascimento e Beto Guedes.

O que nos faz compreender que o Maluco Beleza Raul Seixas tinha sua razão em dizer que “eu prefiro ser aquela metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, detonando algumas certezas do passado que Baumann definiu como as verdades do “mundo sólido”, ou da modernidade sólida, monolítica.

Portanto, dentre várias escolhas de nossos pensamentos e condutas, abrem-se duas que irão nos fazer sofrer, ou compreender o acelerado mudar do planeta que induziu alguns pensadores e analistas a proferir suas teorias sobre a “aceleração do tempo”, como se o mesmo fosse passível de tal fenômeno.

Não, não se trata disso. O tempo é o mesmo desde os dinossauros. O mundo líquido é um fenômeno específico da humanidade, que percebemos pelo acelerado consumismo capitalista, que vem reverberando valores seculares, milenares, sendo que o mais contundente foi a possibilidade de os jovens adquirirem o poder do conhecimento à revelia dos sábios da modernidade sólida.

Os jovens de hoje detém conhecimentos mais avançados independentemente dos, não mais tão “sábios conselhos”, das gerações passadas. Alguns conhecimentos passados tornaram-se inúteis, como diz o Prof. Leandro Karnal, ao explicar a própria obsolescência de ter sido exímio datilógrafo.

Traduzindo as duas opções: sofrer pelo desejo do retorno de um passado que não tem retorno, ou preparar as gerações futuras para que elas nos amparem com a solidez e perpetuidade da CASSI e PREVI, enfim, a ruptura, ou a preservação da solidariedade intergeracional, aquela de que precisaremos quando não tivermos mais energias e sairmos da arena de batalha, depende exclusivamente de nós.

Na tomada dessa decisão é preciso questionar: Vamos preservar o elo com a geração atual, ou vamos dizer que essa geração está perdida e vai acabar com o BB e suas entidades, lavando nossas mãos?

Opto por não sofrer. Opto por construir as pontes para solidificar o elo geracional, até porque não tenho a menor propensão de querer reviver um passado, por mais belo que tenha sido. Sou mais o maluco beleza que preferiu não ter aquela velha certeza do mundo sólido na plena convicção que nada será como antes.

E, para isso, um bom começo para compreender os jovens que “vestem a camisa do BB, hoje, do seu jeito”, é assistir o Inspira BB, um movimento que começou há cerca de 6 anos, por iniciativa dos próprios funcionários, e que vem moldando a cultura organizacional do BB dentro da realidade do mundo líquido.

Vale a pena conferir.

Satoru

Anônimo disse...

Medeiros

Sua postagem sobre O BB E A CASSI está bombando nas redes sociais. O Lago Neto é-o Zé Bezerra se encarregaram de fazê-la circular. Muito boa a postagem. Está lá clara a intenção dos diretores do BB. Querem lucro à custa da saúde, a qualquer custo. Assim elesganham PL.

Anônimo disse...

Mestre Medeiros

Estou ficando velho é burro, mas não entendi a mensagem que o Satoru quis passar. Temos que nos curvar ao que as novas gerações decidirem a respeito dos nossos direitos?

Anônimo disse...

Que lenga-lenga é essa do Satoru? Eonosso voto não conta ? Não entend.

Anônimo disse...

O que que é isso ? Coisa boa não parece ser. Tou no teu protesto dr Medeiros.

José Roberto Eiras Henriques disse...

Percebi nessa postagem do Satoro uma certa dubiedade em relação a preservação da solidariedade em nosso Plano de Saúde. A analogia com o Maluco Beleza me levou a essa conclusão.
Não entendi o que ele quis dizer com a expressão "...dentro da realidade de um mundo líquido".
Além de dizer que nosso tempo passou deixando de reconhecer nossa participação na pavimentação do caminho para essa mudança de cultura no BB. Ela não nasceu do nad,ela é o resultado do trabalho de todos nós, hoje aposentados.

Anônimo disse...

Você continua gato, nem parece que tem oitenta. Parabéns

Anônimo disse...

Muita divagação do Satoru. Acho que quer avaliar nossa reação para a quebra da solidariedade. Não devemos aceitar. Temos que resistir
. Querem avançar em cima de nossos direitos.

Setembrino R