O SUPERAVIT PEGOU FOGO

domingo, 12 de setembro de 2010

Os atuantes colegas Raposo e Paim fizeram oportunos comentários no meu blog sobre a questão da distribuição do superavit, que está fervendo na internet, depois de manifestações acalentadas de altos dirigentes de nossas entidades a respeito da reunião do dia 9 no Rio.

Tem ficado evidente que uma das principais causas de nossa desunião é essa perniciosa fogueira de vaidades, inteligentemente explorada pelos nossos adversários, especialmente a partir de 1995 quando Ximenes lançou o famigerado plano “A hora da verdade”.

Conforme escrevi na época, em meu livreto “O Banco do Brasil: sobrevivencia ou privatização”, editado pela ANABB, uma das principais metas era provocar a quebra do “esprit de corps” do funcionalismo, da isonomia e da solidariedade que alicerçavam o coleguismo reinante e faziam com que todos lutassem juntos pelas mesmas reivindicações.

Procurou-se, com sucesso, dividir o funcionalismo com a criação de diversos segmentos diferentes, os chamados pré e pós isso ou aquilo, de maneira a gerar ciumeiras e indisposições internas.

Para encurtar a história - minha proposta neste blog é nunca me alongar -ultimamente tudo ficou mais complicado na medida em que, a partir de 2003, com o governo Lula, o grupo do movimento sindical se fortaleceu e passou a atuar nas duas pontas: no lado de cá, como representante do funcionalismo, e no lado de lá, como dirigentes do Banco, da Previ e da Cassi.

Isso fez, por exemplo. que Luiz Oswaldo, que antes fora ferrenho defensor das nossas reivindicações no GAREF, virasse o pior Vice Presidente de Recursos Humanos do BB, pior até que o Camargo.

E foi justamente Luiz Oswaldo que, no episódio da alteração estatutária da CASSI, respondeu por escrito que o BB havia escolhido como interlocutor a CONTRAF/CUT e a CONTEC para representar o funcionalismo da ativa e aos aposentados e pensionistas, pois não podia dialogar nem negociar com entidades que representassem grupos minoritários. Vejam só !

Nessas condições a nossa voz ficou prejudicada e temos que aprender a dançar essa música, mesmo que para nós soe como o samba do crioulo doido. Uma das maneiras é, sem dúvida, não repetir o fiasco da última eleição para a PREVI, quando os órfãos do renda certa e as injustiçadas pensionistas votaram em seus algozes.  Outra providencia é nos aproximarmos dos sindicatos e voltar a participar das assembléias e congressos do funcionalismo. E, sim, posso ser um sonhador, mas acredito que possamos nos unir em torno de nossos interesses comuns. Temos que buscar essa união sempre.

Do jeito que está me parece até que não vão adiantar sequer as reuniões programadas para o debate do superavit, pois a proposta do banco deverá ser similar a que eu divulguei ontem no blog, aberta pelos representantes da CONTRAF/CUT. Voltarei ao assunto.

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